Carne bovina e frango também estão entre os
mais desperdiçados; dados são de estudo da Embrapa em parceria com a FGV.
O arroz e
o feijão não são só a base da alimentação do brasileiro, como também estão
entre os alimentos mais desperdiçados. Juntos, os dois correspondem a cerca de
38% de toda a comida jogada fora no país, segundo estudo divulgado pela Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em parceria com a Fundação
Getulio Vargas (FGV).
Em
relação ao total da amostra pesquisada, os alimentos mais desperdiçados são:
·
Arroz:
22%
·
Carne
bovina: 20%
·
Feijão:
16%
·
Frango:
15%
O levantamento ouviu 1,7 mil famílias.
“A
família brasileira desperdiça, em quantidade relativamente grande, até mesmo
alimentos mais caros e proteícos, tais como carne bovina e frango, um dado que
nos surpreendeu”, diz em nota Carlos Eduardo Lourenço, professor de marketing
da Escola de Administração de Empresas de São Paulo (EAESP), da FGV.
De acordo com especialistas que
elaboraram o levantamento, o não aproveitamento da sobra das refeições é o
principal motivo para o descarte de arroz e feijão. Outros motivos para o
desperdício são a busca pelo melhor sabor e a cultura da abundância.
Cultura
da fartura
Outras
pesquisas feitas pela Embrapa anteriormente já apontaram que o hábito do
brasileiro de fazer uma grande compra mensal, combinado com o baixo planejamento
das refeições, leva ao desperdício.
“Observamos algumas contradições
no comportamento do consumidor. Enquanto 94% afirmam ser importante evitar o
desperdício de comida, 59% não dão importância se houver comida demais na mesa
ou na despensa”, diz também em nota o analista da Embrapa e líder do projeto
nos Diálogos Setoriais, Gustavo Porpino.
A
pesquisa
O estudo
ouviu inicialmente 62 consumidores em supermercados, lojas de conveniência e
feiras livres. Com o objetivo de avaliar hábitos de compra e consumo de
alimentos dos brasileiros, a partir do olhar de estrangeiros, a coleta de dados
envolveu um grupo de estudantes das Universidades de Bocconi (Itália), St.
Gallen (Suíça), Viena (Suíça) e Groningen (Holanda).
“Os
europeus ficaram impressionados com a quantidade dos alimentos adquiridos pelos
brasileiros. As compras informadas como semanais, alimentariam a família por
cerca de um mês. Nas lojas de conveniência, onde normalmente se adquire poucos
volumes, os carrinhos utilizados eram enormes e enchiam-se com facilidade”, diz
Lourenço, da FGV.
Na
segunda fase, após uma triagem, 1.764 famílias foram ouvidas. Dessas, 638
preencheram um diário alimentar, com dados sobre quantidades desperdiçadas e
fotos dos alimentos descartados.
Nessa
etapa, os pesquisadores observaram que o brasileiro se preocupa mais com o
sabor e aparência dos alimentos do que em consumir comida pouco calórica, por
exemplo. Essa "exaltação gastronômica", segundo o professor, leva ao
desperdício.
Na terceira fase, após uma
pesquisa na internet, descobriu-se que o desperdício de alimentos é abordado
mais por instituições públicas e privadas do que pelos cidadãos.
Publicado originalmente por G1

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